Mortes após terremoto na Turquia e Síria passam de 33 mil

Chefe humanitário da ONU pede mais apoio aos que perderam seus lares no terremoto


Por Catanduvas Online

13/02/2023 05:18



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O balanço do devastador terremoto que abalou Turquia e Síria na segunda-feira (6) subiu para 33.179 mortos neste domingo (12), conforme dados oficiais. O número equivale a toda população das cidades de Penha ou Pomerode, no Litoral Norte e Vale do Itajaí, respectivamente.

 

O terremoto de magnitude 7,8 deixou 29.605 mortos no sul da Turquia, anunciou a agência pública de gestão de catástrofes do país, aos quais se somam 3.574 óbitos registrados na Síria. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), porém, o número final pode ser pelo menos duas vezes maior.

 

A ONU lamentou a demora no envio de ajuda humanitária às zonas sírias devastadas e advertiu que o número final de vítima fatais pode ser mais do que o dobro do atual.

 

Um novo comboio da ONU chegou ao noroeste da Síria neste domingo, procedente da Turquia, mas o chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, afirmou que é necessário mais apoio para as milhões de pessoas que perderam suas casas no terremoto de magnitude 7,8.

 

“Até agora, falhamos com o povo do noroeste da Síria. Eles têm direito de se sentirem abandonados, esperando por ajuda internacional que não chega”, disse Griffiths, acrescentando que “meu dever e minha obrigação é corrigir essa falha o mais rápido possível”.

 

A situação se agrava na Síria, cujo sistema de saúde e infraestrutura global estão sobrecarregados por mais de uma década de guerra civil.

 

Composto por uma dezena de caminhões com ferramentas de resgate, além de cobertores e colchões, o comboio deste domingo atravessou o posto fronteiriço de Bab al-Hawa, saindo da Turquia, observou um correspondente da AFP.

 

No sábado (11), falando direto de Kahramanmaras, perto do epicentro do terremoto na Turquia, Griffiths já havia advertido que o número de mortos ainda pode aumentar consideravelmente.

 

“É realmente difícil estimar de forma muito precisa, porque você tem que chegar debaixo dos escombros, mas tenho certeza de que vai dobrar, ou mais”, afirmou Griffiths, no sábado (11), na cidade turca de Kahramanmaras, perto do epicentro do terremoto.

 

“Já lidamos com muitos conflitos no mundo todo (…) Mas perder 20, 30, ou 40 mil pessoas em uma noite, não vemos isso nem nesses conflitos”, continuou Griffiths.

 

“É assustador”, acrescentou.

 

Em meio a um cenário devastador e a um frio glacial, dezenas de milhares de socorristas locais e estrangeiros trabalham entre as ruínas, em busca de sinais de vida.

 

Temores pela segurança das equipes de resgate obrigaram, no entanto, que as operações fosse suspensas, e dezenas de pessoas foram presas na Turquia acusadas de cometerem saques após o terremoto, segundo a imprensa estatal.

 

Uma equipe israelense de voluntários anunciou que se retirou, após ameaças “significativas” à sua segurança na Turquia.

 

26 milhões de afetados

 

Apesar de todas as dificuldades, casos milagrosos de pessoas encontradas sob os escombros continuam a ser relatados, mas especialistas alertam que as esperanças de encontrar sobreviventes diminuem a cada dia que passa.

 

No sul da Turquia, um bebê de sete meses chamado Hamza foi resgatado com vida mais de 140 horas após o terremoto em Hatay, e uma adolescente de 13 anos, identificada como Esma Sultan, foi salva em Gaziantep, informou a imprensa pública.

 

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estimou que 26 milhões de pessoas foram afetadas pelo terremoto e lançou um apelo urgente para arrecadar US$ 42,8 milhões para financiar necessidades urgentes de saúde.

 

Segundo a agência turca para situações de emergência e desastres naturais, cerca de 32.000 pessoas estão mobilizadas nas operações de resgate, além de mais de 8.000 socorristas estrangeiros. Em muitas áreas, porém, as equipes não têm sensores, o que significa que seu trabalho se reduz a escavar, com cuidado, prédios desabados, usando pás, ou mesmo as próprias mãos.

 

Alaa Moubarak, diretor da Defesa Civil de Jableh, no noroeste da Síria, disse que não recebe equipamentos novos há 12 anos.

 

“Se tivéssemos esse tipo de equipamento, teríamos salvado centenas de vidas, talvez mais”, desabafa.

 


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Fonte: ND Mais