Delegado diz que tio de Lyan de Oliveira não participou da morte do menino


Por Catanduvas Online

13/03/2022 14:46



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A Polícia Civil confirmou, durante coletiva de imprensa sobre o caso Lyan de Oliveira, realizada nesta sexta-feira, dia 11, que o tio do menor não teve participação no crime na noite em que o menino morreu.

 

Conforme o delegado Marcelo Tescke, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Xanxerê, o homem estaria trabalhando no momento em que Lyan deu entrada no hospital de Ponte Serrada, no Oeste de Santa Catarina, com marcas de agressão.

 

No momento do acontecido, Lyan estava na companhia da tia, de 32 anos, – que foi presa temporariamente na noite desta quinta-feira, dia 10, na cidade de Videira, onde se encontrava na casa da mãe.

 

Conforme o delegado, a equipe médica que atendeu o menino na noite de sábado, dia 5, após constatar as marcas de agressões pelo corpo da criança, logo acionou a polícia. Lyan não resistiu e acabou morrendo cerca de uma hora após chegar ao hospital.

 

Informações desencontradas

 

Ainda de acordo com delegado, o primeiro depoimento da tia, que era responsável pelo menor, dava conta de que ela estaria lavando roupas e encontrou a criança agonizando na cama após ter sofrido uma queda.

 

Porém, durante depoimento à polícia, ela disse que Lyan havia subido em um rack e uma televisão que ficava sobre o móvel teria caído sobre o menino, provocando as lesões.

 

A avó materna do garoto, que também vivia na casa, disse em depoimento que a televisão nunca esteve sobre o móvel e que ali se guardavam perfumes e outros objetos.

 

A versão foi confirmada pela perícia no local, com a constatação de que a televisão, na verdade, ficava embaixo de uma mesa na sala. Além disso, a perícia descartou que as lesões que o menino sofreu pelo corpo foram causadas pelo aparelho eletrônico.

 

Menino morreu por politraumatismo

 

O menino Lyan deu entrada no Hospital Santa Luzia por volta das 19h30, completamente sem roupa, conforme relataram dois vizinhos que o levaram até a unidade.

 

Segundo a equipe que prestou os serviços fúnebres, o menino tinha muitos ferimentos internos, com várias hemorragias.

 

Na imagem que circula nas redes sociais, onde mostra o menino durante o velório, percebe-se que Lyan está bastante roxo e com a cabeça toda enfaixada. A vizinha que prestou ajuda ao menino disse que ele sangrava pelo nariz.

 

No laudo do IML, a causa da morte de Lyan foi apontada como politraumatismo. O corpo da criança foi sepultado poucas horas após a morte.

 


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Gritos e choro

 

Vizinhos dos tios responsáveis por Lyan de Oliveira relatam ao Oeste Mais que seguidamente ouviam gritos e choro das crianças vindos de dentro da casa e que denúncias de maus-tratos já tinham sido feitas.

 

O pequeno Lyan, inclusive, foi visto com hematomas pelo corpo muito antes do crime. É o que mostra uma foto divulgada nas redes sociais, onde o menino aparece com o rosto abatido e com roxos na região do olho e bochecha.

 

Nicole Kruger, amiga de Simone de Oliveira, mãe de Lyan, contou que, há 20 dias, Simone se deslocou de Brusque – município em que vive e trabalha – para ver o filho e o encontrou todo engessado da cintura para baixo. A tia de Lyan alegou que ele tinha caído do carrinho.

 

Na casa em que Lyan vivia moravam, ao todo, dez pessoas, sendo o casal de tios, a avó materna do pequeno, e outras sete crianças, incluindo ele, a irmã gêmea de outros quatro irmãos. Outros dois menores eram os filhos dos tios.

 

O delegado afirmou ao final da coletiva que as investigações seguem abertas. Um inquérito sobre o caso deve ser concluído pela Polícia Civil e encaminhado ao Ministério Público. Marcelo Tescke não quis adiantar por quais crimes a tia de Lyan deverá ser indiciada. A tendência é que a mulher seja submetida a um júri popular. (Por Oeste Mais)