Filha adotiva que tentou matar o pai em Herval d´Oeste tem condenação mantida

Segundo MP, ela planejou toda a ação e foi condenada a 31 anos e 10 meses de prisão.


Por Catanduvas Online

17/11/2020 15:33



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Foi mantida a condenação para a filha adotiva que planejou matar o próprio pai em Herval d´Oeste para antecipar a herança. O crime aconteceu em 2018 e segundo o Ministério Público, a filha planejou a morte do próprio pai e prometeu recompensa para os autores dos crimes. Ele sobreviveu aos golpes de faca, mas a esposa acabou morrendo em função dos ferimentos.

 

Assim, a 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), em matéria sob a relatoria do desembargador Antônio Zoldan da Veiga, decidiu manter as condenações pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e fraude processual de dois homens e uma mulher. Um terceiro homem que participou do crime foi condenado por furto.

 

A filha, que planejou toda a ação e ofereceu recompensa, foi condenada a 31 anos, um mês e 10 dias de reclusão. Um dos homens, que confessou as agressões contra o idoso que sobreviveu, recebeu a pena de 23 anos e quatro meses de reclusão. Já o segundo homem, que matou a esposa do idoso, pegou 26 anos e quatro meses de reclusão. Todos devem cumprir as penas em regime fechado e também foram condenados a sete meses de detenção e 22 dias de multa cada. O terceiro homem, condenado apenas pelo crime de furto, teve pena fixada em três anos, seis meses e 20 dias de reclusão, em regime aberto.

 

Segundo a denúncia do MP, os homens e a filha de uma das vítimas usavam cocaína durante o início de uma madrugada em março de 2018. Com a promessa de recompensá-los assim que recebesse a herança, os homens partiram para a casa da vítima. Com dois chutes arrombaram a porta da casa, onde o casal vítima dormia. O homem recebeu um golpe chamado gravata e foi questionado sobre uma arma. Em ato contínuo, o idoso foi esfaqueado na sala e simulou estar morto. Na sequência, os homens mataram a esposa no quarto. Para prejudicar a investigação, os envolvidos retiraram a arma da casa.

 

Inconformados com a sentença do Tribunal do Júri, a filha de uma das vítimas e os dois homens condenados por homicídio e tentativa de homicídio recorreram ao TJSC. Basicamente, todos requereram a anulação do julgamento, sob a alegação de que o resultado foi contrário as provas dos autos. Subsidiariamente, pleitearam a redução das penas para afastar as qualificadoras de culpabilidade, da conduta social, da personalidade e das circunstâncias do crime.

 

O recurso foi parcialmente provido para afastar as circunstâncias judiciais da conduta social e personalidade. "Levando em conta os relatos dos acusados e da vítima sobrevivente, os quais afirmaram que as lesões apontadas nos laudos periciais foram provocadas mediantes golpes de faca; bem como a circunstância de que a arma branca citada é apta a provocar ferimentos perfurocortantes; além do local vital atingido: pescoço; não há dúvida da ocorrência de crimes de homicídio tentado e consumado", anotou o relator, em seu voto.

 

A sessão foi presidida pela desembargadora Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer e dela também participou o desembargador Luiz Cesar Schweitzer. A decisão foi unânime (Apelação Criminal n. 0000655-73.2018.8.24.0235).

 

O crime

 

Na época os três homens invadiram a casa do casal, na Linha Santa Terezinha e os renderam, momento em que foram degolados. Lucila morreu no local, já Otávio Bello, 68 anos na época, foi encontrado perto da porta de entrada da casa, foi socorrido com vida e sobreviveu

 

Os supostos assaltantes deixaram o local levando apenas uma espingarda. O inquérito policial apontou que Cleucimar, filha adotiva de Otávio, encomendou a morte do pai e da madrasta para herdar propriedades e que as venderia para dividir o dinheiro com os envolvidos no crime.

 

Os quatro foram presos uma semana após o crime, quando a Polícia Civil localizou na casa de um deles a espingarda roubada da casa do casal e duas facas, um delas usada na ocasião.

 


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Fonte:TJSC/Éder Luiz