Esclerose Múltipla-Cuidado ela pode ser silenciosa


Por Catanduvas Online

19/08/2019 14:47



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Uma resposta autoimune na qual os pacientes desenvolvem uma espécie de reação a uma proteína, provavelmente relacionada a um vírus, ou a algum tipo de organismo que se teve contato no passado é o que caracteriza a Esclerose Múltipla (EM), uma doença que está cada dia mais presente nos diagnósticos. Tal proteína aloca-se na mielina, uma substância presente no cérebro e no sistema nervoso central. A partir disso, o sistema imunológico passa a reagir a essa proteína estranha, que faz parte do sistema como um elemento patológico.

 

A explicação é do médico neurologista e cooperado da Unimed Chapecó, Dr. Auney de Oliveira Couto, que esteve, recentemente, em São Paulo participando de um encontro que debateu a doença. Ele explica que a reação do organismo, frente ao quadro de inflamação instalado, ocorre em forma recorrente de surtos que levam o paciente a desenvolver a EM. “Quando falamos sistema nervoso central, envolvemos não só a questão do encéfalo, mas também da coluna cervical, torácica e lombar. Esses surtos podem acontecer de uma forma envolvendo o encéfalo, mas também a medula”, destaca.

 

De acordo com Dr. Auney, a doença tem uma prevalência maior na população feminina no que tange uma faixa entre 16 e 55 anos. Essa prevalência ocorre de forma mais evidente em populações que vivem em áreas subtropicais, ou seja, abaixo da linha do Equador, mas também ocorre em outras regiões. Ainda existe uma certa evidência, segundo o médico, que a EM possa ter uma relação muito forte com a deficiência de vitamina D, que ocorre justamente nessas populações que vivem em áreas subtropicais.

 

Conforme o especialista, como ainda não se é totalmente compreendido os mecanismos que desenvolvem a doença, a prevenção direta ou primária ainda não é possível. “Tenho acompanhado algumas pessoas que possuem uma forma isolada da doença ou tiveram a manifestação de surtos, mas não propriamente preenchendo critério diagnóstico para a EM. Essas pessoas se encontram numa situação de nenhuma evidência de doença em atividade. Como a EM é uma doença autoimune, todos os fatores que possam indiretamente desencadear resposta imune devem ser eliminados ou identificados”.

 

De uma forma geral, segundo Dr. Auney, situações que envolvam estresse, ansiedade, sono ruim, podem desencadear indiretamente novos surtos. Então se a pessoa tem uma qualidade de vida desejável e satisfatória, possui grandes chances de não evoluir ou desenvolver a doença. A EM é bastante relacionada às sequelas desenvolvidas no paciente, que podem ser físicas ou psicológicas.

 

Por outro lado, Dr. Auney afirma que a pessoa pode evoluir com a doença de forma assintomática, desmistificando o fato de que a EM tenha exclusivamente uma condição progressiva e debilitante ao extremo. “Eu prefiro dizer que a doença é uma condição que precisa ser tratada no contexto global. Sejam as debilidades físicas, que podem ou não acontecer, mas também o componente emocional e psicológico, ou seja, tratar a pessoa e não a doença”, pontua.

 

Conscientização

Para oportunizar maior conhecimento às pessoas sobre a doença e trazer relatos sobre a rotina de quem convive com a EM, O Curso de Fisioterapia da Unochapecó, juntamente com o Grupo de Apoio às Pessoas com Esclerose Múltipla de Chapecó e Região, irá lançar um livro sobre a doença na próxima edição da Feira do Livro de Chapecó. A obra foi organizada por duas professoras e duas estudantes do curso de fisioterapia da universidade. Os autores são as pessoas que apresentam a doença e que aceitaram, de livre e espontânea vontade, participar e contar sobre as suas estórias de vida.

 

“Este livro foi uma das maneiras que encontramos para oportunizar momentos de reflexão, debate e construção de novos saberes e práticas sobre a EM, buscando ajudar as pessoas a viverem felizes, mesmo com a doença”, afirma a professora Aline Martinelli Piccinini, uma das organizadoras do livro. Para marcar o Agosto Laranja, mês de conscientização da Esclerose Múltipla, a Unochapecó também promove o II Encontro do Dia Nacional de conscientização da doença, no dia 30 de agosto.

 

Texto: Andressa Recchia/Unimed Chapecó

Fonte:MB Comunicação Empresarial



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