Ex-moradora de Catanduvas enterra terceiro filho no estado vizinho
A adolescente Bruna Fátima Rodrigues de Mello foi atropelada na noite do último domingo
Mãe de Bruna já perdeu uma filha de cinco e outro de 11 anos
Bruna Fátima Rodrigues de Mello, 14, passou o fim de semana em Lajeado, como fazia com frequência. Moradora de Estrela, gostava de visitar a cidade vizinha por ter mais opções de lazer para jovens. No sábado à noite, passeou no shopping e depois foi ao bairro Universitário, onde costumava encontrar amigos.
Domingo de manhã, por volta das 9h25, enviou uma mensagem para convidar Daiana Caroline Schüssler para ir ao Parque dos Dick, mas a amiga não podia. Estes eram os passeios favoritos do grupo.
“Foi a última vez que eu falei com ela. Só de noite que fiquei sabendo da notícia e não acreditei. Até agora não estou acreditando”, afirma Daiana, que se refere à amiga sempre no tempo presente. Era em sua casa que Bruna se hospedava em algumas das idas a Lajeado. Daiana descreve a amiga como uma pessoa alegre e com grande facilidade em fazer amigos.
No início da noite, Bruna chamou o taxista Luiz Deola para levá-la até em casa. Gringo, como é conhecido, costuma fazer corridas para a família da menina. Os pais dela trabalham e moram em uma olaria no bairro Boa União. O motorista conta que a menina pediu para descer no posto Pinguim 2, cerca de um quilômetro antes de casa, mesmo que ele fosse até o local para cobrar a mãe dela.
As imagens de câmeras de segurança de um estabelecimento próximo mostram o momento em que ela desembarca do veículo. Um minuto depois, ela atravessa a via e é atropelada. Nem a vítima nem o motorista esboçam reação no momento do choque.
Motorista se apresentou e foi liberado
O acidente ocorreu às 19h31 desse domingo, no KM 40 da BR – 453, a Rota do Sol. O corpo foi arremessado por mais de 20 metros, e parou junto a uma árvore, no canteiro. No local, não havia marca de freada. Bruna foi encaminhada ao Hospital Estrela, mas não resistiu. A mãe foi chamada para reconhecer o corpo, entrou em estado de choque e precisou ser medicada. Os pais não quiseram falar.
O motorista que a atropelou não parou para prestar socorro. Duas horas depois, um homem de 53 anos, morador do bairro Pinheiros, se apresentou à delegacia de Estrela afirmando ter sido ele quem atropelou a jovem. Ele afirmou acreditar que fosse um animal e que decidiu não parar pois havia sido assaltado naquele local em outra ocasião. Não foi feito o flagrante e o homem foi liberado. Ele responderá a inquérito em liberdade policial por homicídio culposo de trânsito – quando não há intenção de matar.
A cena foi muito rápida. Um motociclista que estava atrás do veículo foi quem viu a mochila da menina sendo arremessada e parou. Com o barulho do choque, moradores do entorno chegaram para ver do que se tratava. O taxista que deixou Bruna no posto afirmou que só ficou sabendo do fato na manhã seguinte, pela imprensa.
Família inconformada
A família recebeu a notícia de um tio da vítima que mora em Santa Catarina. Ele havia recebido uma ligação informando que a menina estava no hospital da cidade. A mãe não acreditou. “O Gringo acabou de largar ela ali no posto”, afirmou no primeiro momento. Olanda Rosa ficou em estado de choque após reconhecer o corpo da filha. A mãe já havia perdido uma filha de cinco anos, por motivo de doença, e um filho de 11, que morreu afogado.
A tia da vítima, Nadine da Rosa, não se conforma que o motorista não tenha parado. “Quando a pessoa atropela outra ou bate em outro veículo, tem que parar. Ele fugiu do local do acidente. É um absurdo!”
Perigo para pedestres
O ponto onde Bruna atravessou fica próximo a loteamentos residenciais e tem movimento diário de pedestres. Não há faixa de segurança, passarela ou qualquer medida que facilite cruzar a estrada.
A característica do trecho também dificulta a passagem. Para quem vem de Teutônia, o local fica no fim de uma subida, após um descida íngreme. Os carros chegam com bastante velocidade e, muitas vezes, o pedestre só consegue vê-los quando já está próximo.
De acordo com moradores e comerciantes, acidentes são comuns. Eles reclamam que os motoristas não respeitam o limite de velocidade, que é 50km/h. Próximo ao ponto do atropelamento, há, um controlador de velocidade que está desativado. “Neste mesmo dia, passou um carro a uns 140km/h. Nem consegui ver o modelo”, afirma um morador.
Fonte/ MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br
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