Documentário feito por joaçabenses é selecionado para Festival de Cinema no Japão

A trilha sonora do documentário foi interpretada por catanduvenses


Por Catanduvas Online

20/01/2019 13:28



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O documentário produzido em 2005 por alunos egressos da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), de Joaçaba foi selecionado para ser apresentado em um festival de Cinema no Japão - que ocorrerá em Nagasaki no mês de setembro.

 

Elaborado por Rodrigo Gomes Leite, Alex Morais e Enio Brambatti, o filme tem como personagem principal Kazumi Ogawa, que foi sobrevivente da explosão atômica em Nagazaki, em 1945. Ele viveu a segunda metade de sua vida no município de Frei Rogério, antigo distrito de Curitibanos (SC), onde se tornou renomado Militante da Paz, com viagens, ações, palestras e homenagens em todo o Brasil e também exterior.

 

A produção da trilha sonora do documetário foi desenvolvida pelo Maestro Rafael Vargas que hoje reside em São Lorenço d' Oeste, a música "Das Cinzas ao Sonho", foi interpretada pelas catanduvenses Simone e Samara Lima.Na época Simone também era aluna da Unoesc e colega dos produtores.

 

Kazumi faleceu em setembro de 2012 alguns meses após ser homenageado pela Escola de Samba Unidos do Herval, em um enredo que contou a história dos primeiros imigrantes japoneses em Santa Catarina, "Uma história Um memorial. A Unidos canta a Paz Universal".

 

Fotos: DivulgaçãoFotos: Divulgação

 

Rodrigo Gomes Leite, um dos produtores do filme, conta que recebeu a ligação do Japão no mês de dezembro informando sobre a seleção do material pela comissão organizadora. "Fiquei surpreso, um material produzido há 14 anos ainda nos rende essa satisfação. Fui informado que fomos escolhidos entre vários do gênero histórico cultural para apresentar o material no Japão. Serão apenas dois filmes brasileiros deste formato", comemora.

 

Fotos: DivulgaçãoFotos: Divulgação

 

A narrativa retrata a vida de Kazumi e também conta os últimos dias da Segunda Guerra Mundial, até a militância pela paz no Brasil. Na oportunidade foi produzido em razão aos 60 anos da ocorrência da catástrofe.

 

Um acervo raro de imagens foi reunido, em 20 minutos de vídeo e um relato emocionante da família Ogawa. Kazumi prestou um comovente depoimento, todo em japonês, sobre o momento do bombardeio, sobre o que ocorreu após o ataque e sua chegada no Brasil.

 

De acordo com Alex Morais, foram oito meses de produção, todo feito com equipamento emprestado. "Não foi um trabalho fácil, quando tínhamos o equipamento a disposição, o que acontecia uma vez ao mês, íamos a Frei Rogério - cerca de 145 km de Joaçaba. A estrada não era asfaltada, e também pegávamos um carro emprestado adaptado à estrada e deixávamos nossos veículos aqui. Para se ter ideia até de Variant fomos fazer as gravações", conta um dos produtores, salientando que de material bruto foram gravadas cerca de 15 horas.

 

Fotos: DivulgaçãoFotos: Divulgação

 

Ele lembra ainda que na época em que a Unidos do Herval usou o enredo sobre o Japão, uma emissora de televisão japonesa esteve em Joaçaba para acompanhar o carnaval e os japoneses participando da folia e, em seguida, levaram à Nagasaki Kazumi Ogawa, para divulgar o documentário e a homenagem carnavalesca em entidades culturais e universidades japonesas.

 

No filme, os produtores mostram ainda a propriedade de Kazumi – na cidade de Frei Rogério, onde ele construiu um espaço para meditação – um museu, réplica autêntica japonesa que relembra o triste episódio das bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, uma construção imponente no alto de um morro em forma de um pássaro tsuru (pássaro da paz) denominada Memorial à Paz. Foi uma forma encontrada para homenagear os mortos no ataque e o som de um sino acalenta em meditação os imigrantes japoneses que ali residem.

 

Infelizmente há poucos anos, o museu sofreu um incêndio incontrolável e todo acervo Brasil / Japão foi destruído. Exceto o Sino em Bronze, original da época da Guerra e presenteado pela ONU para a família Ogawa.

 

Fotos: DivulgaçãoFotos: Divulgação

 

Kazumi era adolescente quando perdeu a balsa que o levaria até a escola. Um descuido que lhe garantiu a vida. Em poucos segundos viu a explosão e em seguida percorreu a cidade destruída em busca de amigos e parentes sobreviventes. No Japão, é reconhecido pelos seus esforços e autoridades japonesas já estiveram em solo catarinense conhecendo o lugar e auxiliando na construção e manutenção do Parque da Paz.

 

O documentário Memorial à Paz venceu a quarta edição do Festiva Nacional de Varginha em 2005 e foi exibido em festivais nacionais de cinema em sete estados do país e em universidades japonesas. Em 2018 foi indicado por entidades nipônicas para ser exibido em Festival de Cinema Japonês, indicado na categoria Melhor Filme Sobre o Japão, produzido fora do país de origem. O Festival acontece no segundo semestre de 2019. 

 

Fonte:

Paula Patussi



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