Filme produzido em Treze Tílias e região é único filme brasileiro selecionado pelo Festival de Cannes 2020


Por Catanduvas Online

04/06/2020 14:57



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Mais tradicional festival do circuito global de cinema, o Festival de Cannes anunciou nesta quarta-feira, 3, a lista de filmes que vão concorrer à sonhada Palma de Ouro, prêmio máximo da Seleção Oficial.

 

Entre os selecionados está o longa brasileiro Casa de Antiguidades, dirigido por João Paulo Miranda. O longa foi criado durante uma das oficinas promovidas pelo festival e discute a questão racial.

 

No longa, Antonio Pitanga, ícone do Cinema Novo, interpreta um operário negro em uma cidade no sul do Brasil. Ele luta contra o racismo sistemático e contra a presença do conservadorismo na vida cotidiana.

 

Além do filme brasileiro, integram a mostra as novas produções de Spike Lee, "Da 5 Bloods", Wes Anderson, "The French Dispatch" e Francis Lee, "Ammonite". O festival aconteceria originalmente em maio, mas foi adiado após a pandemia de coronavírus se alastrar pela Europa.

 

O filme foi gravado nos municípios de Treze Tílias, Salto Veloso e também Água Doce, contando com atores coadjuvantes e figurantes locais.

 

 Da 5 Bloods, de Spike Lee, Soul, de Pete Docter, The French Dispatch, de Wes Anderson, Memória, de Apichatpong Weerasethakul e Ammonite, de Francis Lee, são alguns dos filmes que foram chancelados pela mostra francesa. Entre os filmes listados, há o brasileiro Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda, que teve seu roteiro desenvolvido numa residência do Festival de Cannes e tem previsão de lançamento para este ano. "O filme tem que trazer coisas que provocam, não é entretenimento", afirmou Miranda à Folha de S.Paulo, no ano passado.



Mas essa não é a primeira vez que o diretor é premiado pelo Festival. O curta A Moça que Dançou com o Diabo, lançado em 2016, rendeu a ele o prêmio especial do júri na mostra francesa e retrata uma adolescente evangélica que se transfigura em uma língua de fogo quando enfim cede à libido.

 

Thierry Fremaux, diretor artístico do Festival, afirmou à revista Variety que a seleção de 2020 se destaca, principalmente, pela presença maior de diretores estreantes e o aumento no número de filmes dirigidos por mulheres. As obras selecionadas não foram divididas por categorias e, por isso, não serão premeiadas pelo Festival. Algumas delas serão exibidas em festivais de cinema como os de Toronto, Veneza e Nova York, que estão previstos para o segundo semestre deste ano.

 

São 15 (26,7%) filmes de diretores estreantes, e 16 (28,5%) títulos dirigidos por mulheres — neste caso, dois a mais do que no ano passado, quando Cannes selecionou 14 longas com direção feminina.

 


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Veja a seleção:

 

"The French Dispatch", de Wes Anderson (EUA)

"Soul", de Pete Docter (EUA)

"Summer 85", de Francois Ozon (França)

"Asa Ga Kuru", de Naomi Kawase (Japão)

"Lover's Rock", de Steve McQueen (Reino Unido)

"Mangrove", de Steve McQueen (Reino Unido)

"Druk", de Thomas Vinterberg (Dinamarca)

"DNA", de Maïwenn (Algéria/França)

"Falling", de Viggo Mortensen (EUA)

"Ammonite", de Francis Lee (Reino Unido)

"Sweat", de Magnus von Horn (Suécia)

"Nadia, Butterfly", de Pascal Plante (Canadá)

"Limbo", de Ben Sharrock (Reino Unido)

"Peninsula", de Sang-ho Yeon (Coreia do Sul)

"Broken Keys", de Jimmy Keyrouz (Líbano)

"Truffle Hunters", de Gregory Kershaw & Michael Dweck (EUA)

"Aya To Majo", de Goro Miyazaki (Japão)

"Heaven: To the Land of Happiness", de Im Sang-soo (Coreia do Sul)

"Last Words", de Jonathan Nossiter (EUA)

"Des Hommes", de Lucas Belvaux (Bélgica)

"Passion Simple", de Danielle Arbid (Líbano)

"A Good Man", de Marie-Castille Mention-Schaar (França)

"The Things We Say, The Things We Do", de Emmanuel Mouret (França)

"John and the Hole", de Pascual Sisto (EUA)

"Here We Are", de Nir Bergman (Israel)

"Rouge", de Farid Bentoumi (França)

"Teddy", de Ludovic e Zoran Boukherma (França)

"Une Medicine De Nuit", de Elie Wajeman (França)

"Enfant Terrible", de Oskar Roehler (França)

"Pleasure" de Ninja Thyberg (Suécia)

"Slalom", de Charléne Flavier (França)

"Casa de Antiguidades", de João Paulo Miranda (Brasil)

"Ibrahim", de Samuel Gueismi (França)

"Gagarine", de Fanny Liatard & Jérémy Trouilh (Geórgia)

"16 Printemps", de Suzanne Lindon (França)

"Vaurien", de Peter Dourountzis (França)

"Garçon Chiffon", de Nicolas Maury (França)

"Si Le Vent Tombe", de Nora Martirosyan (Armênia)

"On the Route for the Billion", de Dieudo Hamadi (Congo)

"9 Days at Raqqa", de Xavier de Lauzanne (França)

"Antoinette in the Cévènnes", de Caroline Vignal (França)

"Les Deux Alfred", de Bruno Podalydès (França)

"Un Triomphe", de Emmanuel Courcol (França)

"Les Discours", de Laurent Tirard (França)

"L'Origine du Monde", de Laurent Lafitte (França)

"Flee", de Jonas Poher Rasmussen (Dinamarca)

"Septet: The Story of Hong Kong", de Ann Hui, Johnnie To, Hark Tsui, Sammo Hung, Woo-Ping Yuen & Patrick Tam (Hong Kong)

"El Olvido Que Seremos", de Fernando Trueba (Espanha)

"In the Dust", de Sharunas Bartas (Lituânia)

"The Real Thing", de Kôji Fukada (Japão)

"Souad", de Ayten Amin (Egito)

"February", de Kamen Kalev (Bulgária)

"Beginning", de Déa Kulumbegashvili (Grécia)

"Striding Into the Wind", de Shujun Wei (China)

"The Death of Cinema and My Father Too", de Dani Rosenberg (Israel)

"Josep", de Aurel (França)

 

 

Com informações de Diário do Pernambuco e UOL

Foto: Carlos Eduardo Carvalho/Tropical FM